27 março 2011

Conhecendo a Raquel

Nome: Maria Raquel Rodrigues de Miranda

Idade: 48 anos

Estado civil: casada

Profissão: professora de filosofia, em licença médica e prestes a se aposentar (consequência da MG)

Qual seu estilo? Básico

Filme: Orfeu, aquele com o Toni Garrido. Por 2 motivos: a música tema que virou “a nossa música” (minha e de meu marido, estávamos namorando na época) e porque usei o filme na escola pública de ensino médio que eu trabalhava numa área muito carente do Rio de Janeiro.Me emocionou muito sentir o impacto gerado naqueles adolescentes ao verem um pouco da sua realidade retratada na tela; ver um galã negro, como protagonista e fazendo “o papel do mocinho” (o Murilo Benício fazia o papel do traficante, dono do morro) e por outro lado, o quanto foi desafiador projetar aquele filme naquela escola que ficava numa região dominada pelo tráfico ; enfim, me recorda como era desafiador provocar um ambiente filosófico de reflexão naquelas circunstâncias.

Hobbys: gostava de caminhar, cantar e dançar e agora, acho que meu hobby é a pesquisa (antes da MG, a pesquisa era trabalho).

Um amor: a vida

Sonhos: menos desigualdades entre as pessoas, um mundo mais solidário

Medos: antes da MG eu tinha medo de altura, agora eu acho que o meu pior medo é estar numa situação de emergência, sem condição de me comunicar e nas mãos de pessoas que não conhecem a MG.

Três coisas que não vive sem: a fé em Deus; o amor nas suas duas dimensões: do amar e do ser amado ; e café, porque ninguém é de ferro. kkk

Arrepende-se de algo? Das vezes em que falei por impulso, sem pensar e magoei alguém

Quanto tempo você tem o diagnóstico de miastenia gravis? Um ano e dois meses, mas sinto os sintomas há muito tempo. Eu sempre me exigi muito. Então, quando o cansaço e falta de ar chegavam, quando as pernas falhavam, quando a voz sumia, eu ainda insistia, sempre querendo ultrapassar os meus limites; até que tudo falhou ao mesmo tempo e fui internada.

Pra você o que a miastenia te ensinou? Uma lições muito difíceis e portanto, ainda estou em fase de aprendizado: ser mais paciente comigo mesma, com os outros, com a vida; “ouvir” os sinais do meu corpo e a respeitá-los; ter uma experiência com o tempo que é muito mais rica que qualquer discussão filosófica sobre o tema.

Sofre ou já sofreu algum tipo de preconceito com a Miastenia? Sim. Infelizmente, dentro da minha própria família. A flutuação dos sintomas ainda é muito mal compreendida. Julgam-nos como se a gente pudesse ter controle sobre isso. Quando estamos bem, deveríamos sair por aí fazendo tudo como era antes ou nos querem trancados em casa (porque senão poderemos ter uma piora); e, quando temos uma recaída, parece que não nos esforçamos o bastante para nos manter bem, ou fizemos algo que não deveríamos, ou queremos chamar atenção, ou pior ainda, que gostamos de estarmos doentes.

Que sintoma mais te incomoda? A dificuldade respiratória porque afeta tudo: a fala, os movimentos, tudo fica difícil, tudo se torna um grande esforço.

Se aceita do jeito que você é agora? Agora, acho que a ficha caiu.

Teve alguma experiência de vida que serviu como lição pra você? Ter ficado completamente dependente de tudo, de todos enquanto não tinha o diagnóstico e, portanto, não sabia que doença era aquela, se iria ficar assim pra sempre, se iria morrer. Foi angustiante, avassalador. A gente fica muito frágil não só fisicamente, como emocionalmente. E para sobreviver é forçada a revisar toda a sua vida.

Um lugar que gostaria muito de conhecer: É difícil escolher. Encanta-me ver com “olhos de turista” qualquer lugar. Porque o turista presta atenção em detalhes e se emociona com coisas que as vezes o morador local nunca reparou. Gosto muito de conhecer lugares novos, pessoas. Então, não tenho nenhum lugar em especial, mas qualquer um com uma boa companhia.

Uma frase: Um coração agradecido é uma porta aberta para novas bênçãos.

Fale um pouco de você: eu sou uma pessoa otimista, alegre e cheia de vida. Gosto da vida. Gosto das pessoas. E acho que a vida só tem sentido quando a gente a encara como uma missão.

Deixe seu recado para os nossos leitores: A gente pode sempre se reinventar, procurar um novo jeito de ser feliz. Deus confiou em nós, nos deu a vida, acredita no nosso potencial e tá sempre por perto, como o Pai amoroso que é. Nunca estamos sós. Em qualquer circunstância, sempre podemos fazer algo por alguém. Nossa querida Aline é um exemplo disso. Te admiro muito. E agradeço a oportunidade de participar do seu blog. Esse blog é mais uma contribuição para a divulgação da MG, aproxima as pessoas que compartilham dessa doença e traz uma força a mais para continuarmos a caminhada, seja para as pessoas que têm MG ou não. Um abração pra todos os leitores da Aline.

A Raquel sempre promove os encontros de Miastenicos aqui no Rio. Eu ainda não tive a oportunidade de ir, mais vou me esforçar pra ir na próxima vez. Adorei tudo o que ela disse sobre a MG, se expressou muito bem e soube explicar como sentimos quando entramos em alguma crise. Tá ai mais uma guerreira entre nós Miastenicos.  Beijoos !

7 comentários:

  1. PARABÉNS A ENTREVISTADORA E A ENTREVISTADA , REALMENTE, REALMENTE RAQUEL É UMA GUERREIRA , ADOREI CONHECE-LA PESSOALMENTE,ADORAVÉL , SIMPATICA E TD MAS , ADORA A VIDA E QUER VIVER MAS E MAS , ALINE TA DE PARABÉNS !ADOREI BJS E BOM TRAB

    ResponderExcluir
  2. Aline que legal vc entrevistar a nossa amiga Raquel, a entrevista foi show a foto da Raquel linda, tudo perfeito..parabéns mais uma vez para vc e para Raquel tb .
    Ana Azimovas

    ResponderExcluir
  3. Mais uma vez me emocionei lendo uma entrevista, fico feliz quando vejo exemplos de pessoas que agoa estão bem, isso me dá forças pra acreditar que no futuro vai tudo melhorar!!! Bjos Aline!!

    ResponderExcluir
  4. Oi, Aline !!!
    Adorei a entrevista com a Raquel...ficou ótima !!!
    Parabéns !!!
    A Raquel é realmente maravilhosa !
    É um exemplo de vida , de ser humano, de amiga !
    Abr4ço$$$ para você e fique com Deus ! ;)

    ResponderExcluir
  5. Raquel minha linda,amei você de todo coração,que bom que você,assim como a Aline,estão procurando a felicidade,sem ficar presas a esta doença.O melhor tratamento e saber conviver com o que se manifestou,compreender e tratar da melhor forma possivel.E dificil,eu li,horriveis os sintomas,mas guerreiras,são assim....levanta,sacode a poeira e da a volta por cima.Ai esta o segredo de ser feliz.
    ALINEEEEE E O GATINHOOOO...VOLTOU OU NÃO..rsrsrsr.
    Beijinhos meninas.
    Deusa
    vasinhos coloridos

    ResponderExcluir
  6. Raquel , é um exemplo de pessoa , assim como a Line , força sempre gente .
    E o snowbell , voltou ?! (yn)

    ResponderExcluir

Seu comentário é muito importante!

- O blog é pessoal portanto respeite.
- Deixe o link do seu blog pra eu visitar.
- Favor sem xingamentos.
- Pode ter certeza que irei no seu blog tbm.

Obrigada pela visita, não esqueça de seguir o blog e volte sempre !

Beijos Aline Cuerci